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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Milão e Florença: cidades de grife na Itália

Ligadas por trens de alta velocidade, cidades se completam em um roteiro que combina moda, design e arte.

MILÃO - Milão é hoje a capital da moda, mas Florença, a eterna capital mundial das artes, já ostentou o título nos anos 1960, e atualmente vive um processo de revitalização de áreas públicas, juntando ao seu inestimável acervo renascentista o legado de grifes italianas como Gucci e Salvatore Ferragamo, em museus abertos nos últimos anos.

Pelas ruas que se renovam em Florença, onde se respira o ar dinâmico de uma cidade lotada de jovens, e entre obras de arte, as vitrines das grifes italianas também estão lá, mas é em Milão, mais precisamente no Quadrilátero do Ouro, que essas marcas do porte de Prada construíram seus templos do estilo. Mais que isso, estendem aos hotéis a qualidade de grifes como Bulgari e Armani. Sem falar no legado de Leonardo da Vinci, nascido numa província florentina, mas com passagem marcante por Milão.

Neste roteiro que propomos, essas duas cidades, separadas por apenas 300 quilômetros de distância, se completam. E, com a facilidade dos trens de alta velocidade Italo e Trenitalia, o tempo de viagem foi reduzido a menos de duas horas.

Em Florença, até moda vira peça de museu.

Florença, com suas ruas cheias de jovens, respira ares de renovação com a reforma de praças e ruas e com museus que preservam a memória de Gucci e Ferragamo, mais que marcas italianas, autênticas grifes florentinas.

As obras na Piazza Duomo, orçadas em € 700 mil, devem ficar prontas em meados de abril, bem a tempo da temporada 2013 de primavera/verão, quando a cidade fica repleta de visitantes. Por enquanto, não atrapalham em nada a visita à bela catedral e seus destaques, como a cúpula de Bruneleschi, e alguns detalhes que o audioguia permite prestar atenção, como o “Retrato de Dante Alighieri”, na ala esquerda da nave principal. Estão ali naquela obra um resumo da “Divina comédia” ilustrado pela figura do poeta e representações do paraíso — Florença, que é a direção para onde ele olha — e do inferno, com todas as esferas do purgatório.

Também estão em obras a Piazza Santa Trinità e a Via Tornabuoni, respectivamente, a praça em frente ao Museu Salvatore Ferragamo e a via contígua onde estão enfileiradas as lojas de grife. A primeira etapa da obra que reforma a praça deve estar concluída em março e foi orçada em € 1 milhão. E até dezembro está prevista a renovação da Via Tornabuoni. Caminhando, não há nada como se perder por suas ruas e entrar e sair de uma praça e outra. Assim, você pode deixar o Duomo e seguir até a Piazza della Signoria, onde, além da cópia da escultura de Davi, de Michelangelo, está “O rapto das sabinas”, peça original em mármore de Giambologna, sempre rodeada de jovens, entre as esculturas na Loggia dei Lanzi. Na Galeria dell’Accademia, fica o original de Davi, imperdível, e uma cópia em gesso de “O rapto das sabinas” que serviu como modelo para a escultura em mármore.

Ainda na praça, no lado oposto ao das estátuas, está o Museu Gucci, aberto em 2011 para marcar os 90 anos de nascimento do fundador da marca, natural da cidade, abrigado no Palazzo della Mercancia. O museu é dividido por assuntos e mostra logo no início, com o tema viagem, como Guccio Gucci ingressou no mundo da moda, com suas primeiras coleções de malas e acessórios para viagem. Ele as criou inspirado nos cinco anos que trabalhou no Savoy Hotel de Londres como ascensorista, e via as necessidades dos hóspedes e observava o estilo inglês de suas bagagens.

O acervo segue contando a evolução da marca até a linha esportiva e a de vestidos de noite, onde ganha destaque o reluzente longo usado por Hillary Swank na cerimônia de entrega do Oscar em 2011. Também estão lá os delicados lenços de flores de 36 cores (Flora Scarf) desenhados em 1966 por Vittorio Acornero e presenteados para Grace Kelly quando ela foi a Milão. E se a essa altura você ainda não tiver dado uma passada na Uffizi, esta é a hora. Guarde as flores de Gucci na lembrança (ou leve um suvenir da lojinha se for capaz) para se deliciar com a relação entre as padronagem de Gucci e as flores da “Primavera” de Botticelli.

A uma curta caminhada da Piazza della Signoria chega-se ao Museo Salvatore Ferragamo, onde a história da grife de calçados que conquistou Hollywood com sua linha de produção inovadora e artesanal que prima pela qualidade serve de pano de fundo para a estrela maior brilhar. Revendo lançamentos de sandálias de salto plataforma, anabela, cortiça, e de escarpins, se tem um belo panorama da moda de calçados ao longo do século passado. Mas é Marilyn Monroe quem rouba a cena como protagonista da mostra temporária que foi prorrogada até 1º de abril. O acervo conta como o estilista se tornou famoso após tentar a vida nos EUA. Ali criou fama para depois voltar a Itália, onde fincou sua bandeira.

A mostra conduz o visitante por painéis que contam a vida da estrela, que adorava os sapatos da marca, mostrando uma seleção caprichadíssimas de peças significativas de seu guarda-roupa, incluindo o glamouroso vestido coberto de brilhos que ela usou durante o polêmico “Happy birthday, Mr. President”, que cantou para JFK no Madison Square Garden (a cena é reproduzida, e o áudio que vaza da sala soa como música ambiente durante toda a visita).

O programa inspira bater perna pela Via Tornabuoni, rua das grifes elegantes, italianas ou não, que se enfileiram: Burberry, Armani Jr, Prada, Dior, Gucci, Céline, Pucci, além da própria Ferragamo, cuja loja fica em frente à praça, no imponente Palazzo Spini Feroni (construído no século XIII), que abriga o QG da grife. Outras curiosidades aproximam Milão, capital da Lombardia, e Florença, capital da Toscana. Vinci, uma província florentina, é a terra natal de Leonardo (um bom florentino só se refere a Da Vinci assim, sem cerimônia, pelo primeiro nome, como se fosse um primo), que por sua vez morou em Milão. O estilista Valentino, que é de Voghera, na província de Pavia, também na Lombardia, fez seu début internacional em Florença, em 1962, no Palazzo Pitti, cujos belíssimos jardins (Giardino di Boboli) são a saída do Corredor Vasariano (área de acesso restrito na Uffizi), que liga a Uffizi à outra margem do Rio Arno. E de Florença passamos a Milão.

Era uma vez um drinque.

O melhor bartender da Itália pode ser encontrado no balcão do bar do Four Seasons de Florença e atende — com um simpático sorriso no rosto — pelo nome de Luca Angeli. Natural do Vale d’Aosta, conquistou o titulo em dezembro de 2012 com a criação do “Once upon a time”, que vai brindar os clientes do elegante bar do hotel. O drinque, o brunch aos domingos (€ 75) ou mesmo um jantar no restaurante Il Palagio (uma estrela Michelin) são um ótimo pretexto para uma visita ao belíssimo e suntuoso prédio que abriga o hotel Four Seasons Firenze. Instalado em uma propriedade que une palácio do século XV, que pertenceu à família Medici, e um convento do século XVI, espalha afrescos e obras de arte em pátios internos e outros ambientes.

A receita do drinque de verão premiado pela Associação Italiana de Bartenders, criada por Luca não é mistério:

— Gosto de sabores do Mediterrâneo e busco inspiração nas frutas frescas com um toque italiano. Os ingredientes são licor de maracujá, Aperol, suco de manga, xarope de papaia, soda limonada, um toque de sal rosado do Himalaia — conta Luca, que já passou pelo Park Hyatt Milão e o Ritz-Carlton Moscou, antes de vir para Florença, onde está há dois anos no Four Seasons, enquanto preparava uma amostra de “Once upon time”, incluído no cardápio da temporada, a € 19.

Sabe gente,essa coisa turística toda sobre Florença e Milão lembrou-me que foi nessa parte da Europa,graças ao Renascimento,que "brotou" uma Europa mais 'culta',depois da longa noite de mil anos de Idade Média. E essa Florença que "brotou" essa cultura só o fez graças a enxurrada de cultura grega do Império Bizantino que agonizava.E foi justamente essa Igreja Grega que agora,junto com o catolicismo romano,fala que a cultura secular é,na maioria das vezes,malévola.

Nessa Florença que se destacou César Bórgia,o maior assassino da Itália Renascentista(aquele da foto com Jesus loiro de olhos azuis).Mas foi aqui também que "brotou" Leonardo da Vinci e os sábios que trariam a Imprensa de Guttemberg para a Alemanha(na época chamava-se Sacro Império Romano-Germânico e esse nome 'Alemanha' só surgiria no século XIX),e favoreceria a Reforma Protestante,que traria a bandeira de Liberdade para toda a Europa,acarretando,entre outras coisas,a Revolução Francesa...como diz a Bíblia:"Os últimos serão os primeiros."

Bjossss da Fada madrinha dos cálculos

4 comentários:

  1. Nossa, Flor, dá para viajar no seu texto! Fiquei com água na boca, muita vontade de conhecer Florença! E parabéns pelo blog, está tudo lindo!

    Bjs da eterna Batgirl da Baixada rsrs

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    1. Obrigado Paula....agora pretendo encher isso aqui de detalhes matemáticos e científicos....depois volto aos históricos....

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  2. Uau! Estou igual a Paulinha viajando no texto!
    Um sonho conhecer Milão...

    http://detudoumpouco28.blogspot.com

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    1. Dá realmente para viajar Sil...mas o melhor de tudo é cultura que isso destaca...
      Bjosss de fadas

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