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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Como ocorre o 'efeito queda livre' na montanha russa?

Arquimedes já dizia:"Dê-me uma alavanca e um ponto de apoio,e eu moverei o mundo." Será que já pensamos em quais forças agem em circunstâncias diferentes,como a diferença entre estar apoiado ao chão,ou estar caindo?Na 1ª situação a pessoa se sente segura, e na segunda se sente solta no espaço.

Comparemos as situações do ponto de vista da mecânica newtoniana.Uma pessoa em pé no chão tem duas interações:A interação gravitacional com a terra e a força de compressão trocada com o chão.Portanto há duas forças,a 1ª seria a força peso,e a 2ª a força normal.

Em um corpo em queda livre,a única força aplicada é o peso.

O que proporciona a segurança e equilíbrio é a força de compressão trocada com o apoio,ou seja,a normal.Se essa força desaparece,temos a sensação de queda livre.

Esse é o recurso utilizado numa montanha russa para assustar as pessoas. A rampa maior da montanha russa,aquela que nos deixa apavorados,tem o formato exatamente calculado para que a força normal(nesse local)seja nula. Isso provoca a sensação de queda livre,e por isso ficamos com medo.

Para conseguir esse efeito,há um trecho da rampa que o formato do trilho é exatamente igual à trajetória do carrinho em queda livre.Nesse trecho,não há interação entre o carrinho e o trilho,nem entre o carrinho e o passageiro.Tudo se passa como se o movimento fosse em queda livre.

No final da rampa, o trilho entra em ação novamente e a sensação de queda livre desaparece. Aí ocorre o contrário:para fazer a curva para cima,é necessária uma força de compressão muito grande.Temos então a sensação de sermos esmagados contra o assento.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Por que somente Tiradentes foi executado?

Em tempos de processos judiciais de 'mensalão' e 'petrolão', devemos sempre fiscalizar tais processos,para não haver impunidades ou injustiças.Em um livro sobre a inconfidência mineira,do historiador britânico Kenneth Maxwell,chamado A Devassa da devassa,o processo inconfidente é desvendado minuciosamente.É explicado como um processo judicial ibérico,corrompido desde o seu início.

No julgamento dos crimes dos inconfidentes,a despeito de seus amplos poderes,os juízes tinham pouco espaço para manobra.Antes que deixassem Portugal,a culpa dos prisioneiros já estava predeterminada,e estabelecida as linhas gerais da sentença.Além disso,a 15 de outubro de 1790,uma carta régia secreta foi emitida,recomendando a Coutinho,governador de Minas Gerais,'clemência' para todos os envolvidos no processo inconfidente.Tudo isso exceto aqueles que,além de frequentar as reuniões,haviam tentado disseminá-la pelo país.

A carta régia emitida visava claramente,e somente,o alferes* Joaquim José da Silva Xavier.Tiradentes não pertencia a aristocracia local,não era influente,não tinha grandes ligações familiares,sempre passara a vida à sombra dos ricos.Ao contrário de Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto,não tinha fama além das fronteiras nacionais.Parece que ignorava os objetivos amplos do movimento,tinha metas imediatas e lusófobas. Inconfidentes importantes o evitavam.

Tiradentes era conhecido em Minas e no Rio, devido às suas habilidades odontológicas e de cuidar de enfermos. Autoridades lusitanas é que deram à ele a alcunha de 'Tiradentes'.

A leitura da sentença,a 18 de abril de 1792,na sala do tribunal,teve duração de 18 horas,das 8:00 horas até às 02:00 horas do dia 19 de abril.Tiradentes foi sentenciado à forca,sua casa em Vila Rica(atual Ouro Preto)deveria ser destruída e o solo salgado.Freira de Andrade, Álvares Maciel, Alvarenga Peixoto, Oliveira Lopes e Luís Vaz deviam,também,ser enforcados.Então foi vista a cena mais 'tragicômica' possível: Todos os prisioneiros começaram a pedir perdão uns aos outros. Depois,como fora planejada,foi lida a 'carta de clemência' da rainha Maria I,que mudou completamente a situação.Todas as sentenças,salvo a de Tiradentes,foram transformadas em banimento.

Então,no dia marcado,vinha o carcereiro,acompanhado do carrasco à sala do oratório.O algoz lembrava ao condenado a dura obrigação em que se achava,declarando-se constrangido pela lei.Pedia-lhe perdão,em nome de Deus e da Virgem Maria.Conta-se que Tiradentes,ouvindo tais palavras,perdoou-lhe,beijou-lhe as mãos e pés,em gesto de humildade cristã.Por isso que esculpem Tiradentes semelhante a Cristo.Assim,em 21 de abril de 1792,escoltado pela cavalaria do Vice-Rei,ao redor das 11 da manhã,e sob o rigor do sol,o 'bode expiatório' da rainha foi executado.

*Alferes era uma espécie de cadete,ou tenente aspirante do exército.