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quarta-feira, 26 de julho de 2023

Barbie - O filme. A Odisséia dos papéis sexuais

Eu finalmente fui ver o filme da Barbie. Fui todo de laranja, minha cor predileta, da cabeça aos pés, e até minha bolsa também. Foi um filme de lacração feminista? Até foi, mas de uma forma muito infantil. Muito infantil mesmo! Se fosse em termos adultos, diria que terminou com a mesma mensagem que "Minha Vida em Marte" com Monica Martelli e Paulo Gustavo: Que as mulheres estão se transformando em seus papéis, e é bom os homens fazerem o mesmo. O filme começa com uma imitação infantil de “2001, uma Odisseia no Espaço”. É verdade que usou muito o termo "patriarcado". Isso soou um pouco forçado. Mas a mensagem final da Barbie para o Ken foi "estou me tornando livre. Por que você não faz a mesma coisa? Por que não corre atrás da sua identidade?" Ou seja, a questão ali não é se mulheres não têm direito a serem "donas de casa" ou “mulheres profissionais". É sobre o direito que o Ken teria em ser "dono de casa", se assim quisesse. Mas os "Kens" estavam mais cegos com respeito a papéis fixos, do que as "Barbies".

E é assim na nossa realidade aqui fora. As revoluções mentais atingem primeiro as mulheres. E então os homens, só para sair da zona de conforto, mudam. Aquilo não é só dizer que as mulheres podem ser empoderadas ou donas de casa. É também dizer que os homens podem ser empoderados ou donos de casa também. Aliás, tal fato já ocorre na Alemanha e nos países nórdicos da Europa.

Eu não tive a Barbie na infância. Eu tive a Susi, que era a nossa vertente boneca adulta no Brasil, enquanto a Barbie não vinha para cá. Quem me deu foi uma amiga de infância, a qual não me recordo o nome, que possuía duas em sua prateleira. Ela brincava comigo na minha rua. Nunca mais a vi. Mas se engana quem pensa que a Susi era mais antiga que a Barbie. Não era. Ela era a vertente que existia no Brasil desde 1966. Nos EUA a Susi existia desde 1962, mas com outro nome: Tammy! A Susi era cria da mesma empresa que criou os tais "ursinhos de pelúcia" décadas antes: Ideal Toy Company! Já a Barbie era cria de uma das mais geniais fábricas de brinquedos da história: A Mattel ! A mesma que também criou o único videogame que tive na vida: O Intellevision!

A tradução de tudo isso é que não existe isso de "brinquedo de menino" ou "brinquedo de menina". Não existe esse tipo de tendência. Nem mesmo pela genética. Digo isso porque muitos conservadores se baseiam num documentário chamado "O paradoxo da igualdade", o qual mostra que homens e mulheres nascem com escolhas de brincadeiras diferentes. Mas não existem provas disso! Nenhuma! Somente uma médica inglesa que alega Darwin no final. Mas daí ocorre um problema: A maioria dos conservadores repudia Darwin. Então realmente não há saída para esse povo fanático. Como evangélico e darwinista, eu acho graça no fanatismo deles.

Mas voltando ao filme, ele faz uma revelação no final: Que o intuito não é fazer guerra dos sexos entre barbies e kens! É dizer que em cada grupo existem personagens individualizadas que podem escolher seu papel no mundo. Barbies podem ser empoderadas ou donas de casa. Os kens da mesma forma, empoderados ou donos de casa. Porém, como na sociedade em geral, o sexo masculino demora muito mais a acordar que o feminino. Tanto que a Barbie não vê o menor problema em dizer que “não tem vagina”, quando visita o mundo real. Já o Ken sente vergonha, e mente que “tem pênis”. Em regra, se vê no filme o quanto tudo isso também é danoso aos homens. Mas as mulheres sempre se colocam à frente de muitas transformações sociais que existem. Por isso que há muito mais mulheres na esquerda, e também no liberalismo, do que homens. O conservadorismo já é confortável aos homens, e prejudicial também.

Por isso que as religiões, durante séculos, sempre culparam mais a mulher. E por isso que a igreja está arrumando o maior caos por causa desse filme. Dizendo que está passando uma ideia contra os ideais de família tradicional. E, para piorar a paranóia desse povo, ainda tem uma Barbie transexual, que é a médica da Barbielândia, interpretada pela atriz trans Hari Nef. O mundo pode passar o ideal que quiser. Eles não têm compromisso com a Palavra de Deus, mas nós é que temos. E, ainda assim, tem muitas coisas que esse povo boçal acha que é contra a Bíblia, mas não é. Mas, para quem já foi conservador um dia, como eu, não é de se assustar com isso. Que barbies e kens possam dizer como eu disse há 10 anos atrás: Nenhuma união vale o preço da minha liberdade!