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domingo, 11 de julho de 2021

A Patrulha Noturna - Rembrandt e o século dourado holandês

Quem era esse fantástico pintor do renascimento flamengo, que o pai teria colocado na escola de latim da universidade de Leyden, para depois aceitar seu pedido para ser artista? Era Rembrandt Van Rijn(1606-1669), um dos maiores símbolos da arte flamenga. Aquele que, assim como Franz Post, fazia parte da equipe fantástica de pintores que atendia aos comerciantes de corte de Haia. Franz Post teria vindo ao Brasil junto com o conde Jean Maurice de Nassau-Siegen.

Estes pintores faziam parte de uma era européia que deslocaria a arte e as ciências, antes monopólio da Europa do sul, para a Europa do norte. Rembrandt participou da idade de ouro holandesa, que acompnhou as companhias de navegação de Flandres(região de habitação dos flamengos, correspondente a Holanda, Bélgica e Luxemburgo atuais) por todo século XVII.

A figura de Rembrandt é retratada em 30 gravuras, 12 desenhos e 40 pinturas. O seu quadro mais famoso, e também responsável pelo início de sua queda, é a Patrulha Noturna, em que retrata o capitão Frans Banning Cocq, e outros 17 mosqueteiros da guarda municipal de Amsterdam. Havia vários nobres no quadro, além do próprio capitão. Neste quadro ele fez uma coisa ainda não feita até ali: Colocou detalhes de claro e escuro na pintura, para diferentes personagens retratados nela. Isso irritou alguns de seus patrocinadores, por assim dizer. Daí para frente, ele perdeu vários patrocinadores, pois se perguntavam por que o pintor não deu destaque a todos no quadro de forma igual. Ao lado do capitão, no quadro, estava o lugar-tenente Willem Van Ruytenburgh, de roupa clara. Quase no meio da cena aparece uma moça com um galo sendo carregado por ela. E esta possuía uma certa semelhança com Saskia, esposa de Rembrandt, que morrera de tuberculose naquele ano.

Entretanto a má sorte de Rembrandt, a partir daí, não viria somente do boicote dos patronos. Teve que vender sua propriedade, indo morar junto ao gueto de judeus. Passou a pintar para o povão em geral, assim como vários daqueles mercadores judeus. Foi nessa época que surgiu seu melhor quadro, chamado Mercadores de Roupas, bem mais conhecido como Os Síndicos. Também, após a morte de sua mulher, ele se juntaria a outra mulher chamada Hendrikje. Não pôde casar com ela, pois o testamento deixado pela sua esposa falecida dizia que ele perderia a guarda do único filho deles, caso contraísse um novo matrimônio. O dinheiro ganho com seu quadro(cerca de 1600 florins, que não era pouco para época) logo se dissolveu em dívidas. Sua nova companheira morreu. Logo em seguida, seu único filho. Mas ele viveu para ver o neto, junto a sua nora, nascer. E na morte seria sepultado um dos maiores pintores renascentistas com um custo de 13 florins.

Recentemente, em 2019, foi feita uma reforma no quadro, como parte da reforma do museu de Amsterdã que o continha. A reforma do museu Rijksmuseum holandês começou em 2003. Em 2013 foi aberto ao público com quadro junto, sob as vistas da rainha Beatriz. Foi feito numa câmara de vidro, permitindo que visitantes do museu acompanhem o processo, e também foi transmitido via internet em tempo real. Procedimentos de restauração de obras-primas costumam ser mantidos em segredo. O quadro é a pintura mais valiosa da Holanda. Ele foi restaurado pela última vez há pouco mais de 40 anos, depois que em 1975 um homem com distúrbios mentais danificou a pintura com uma faca. O quadro apresenta uma descoloração particularmente em torno dos locais de penetração da faca, especialmente onde um cão está retratado.

"Rembrandt nunca tratou a luz de outra forma. A escuridão da noite é a sua forma, a sombra é a forma habitual da sua poética, o seu meio natural de expressão dramática. Nos retratos, nos interiores, nas lendas, nos episódios curiosos, nas paisagens, nas gravuras como na pintura, é com a noite que Rembrandt cria a luz."

Vicent Van Gogh

Referências bibliográficas:

1)THOMAS, Henry & THOMAS, Dana Lee. Vidas de Grandes Pintores. Editora Globo, RJ. 1958.
2)Coleção Grandes Mestres: Rembrandt. Editora Abril. São Paulo, 2011.
3)Coleção Folha Grandes Museus do mundo. Número 17. Rijksmuseum de Amsterdã, Holanda. TARABRA, Daniela. Rio de Janeiro, 2009.

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