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domingo, 11 de agosto de 2019

A IGREJA PODE ACEITAR A TUTELA DO ESTADO E TENTAR MOLDAR AS LEIS DESTE?

Nem uma coisa, nem outra. Mas ocorre que desde Justino de Roma(100 - 165d.C.); conhecido como Justino, o Mártir, que se tenta, imbecilmente, moldar o estado em leis cristãs, ou mesmo convertê-lo. Mas isso dá certo? Até certo ponto, sim. Pois a sociedade fica mais sadia. Mas, como a Palavra de Deus não foi feita pra isso, depois vai tudo para o ralo.

Agostinho de Hipona(354-430d.C.), ao escrever "A cidade de Deus", tentava dar um conforto divino ao império romano. Conforta-los pelo saque visigodo em 410. Sorte dele não ter visto esse mesmo império devastado pelos vândalos. Sem falar nos hunos e nos heruclos. Como Agostinho morreu antes, não viu a cidade de Hipona, sua cidade natal, devastada pelos vândalos. Com respeito a Roma, os vândalos cercaram a cidade. A coisa foi tão feia que o mesmo papa Leão I veio pedir por clemência. Tanto fez que conseguiu uma promessa de moderação vândala. O bispo de Roma resolveu então, em sinal de boa fé, deixar os portões de sua amada cidade aberta aos bárbaros. Doce ilusão! Genserico, rei deles, resolveu ensinar ao mundo o verdadeiro significado da palavra vândalo. Os saques deixaram zerados os tesouros dos templos. A "Cidade de Deus" de Agostinho era agora consumida nas cinzas.

Outro desses casos de má gestão foi a Cruzada de Varna(1444). O rei Wladislau III da Hungria e da Polônia havia feito um tratado de paz com o sultão Murad II. Mas o cardeal Júlio Cesarini disse que "palavra dada a infiéis não vale". A consequência foi uma batalha, onde ao término dela os janizaros exibiam a cabeça do rei húngaro numa lança e o tratado de paz na outra. Chamavam o rei de perjuro. E depois sua cabeça foi levada para a corte otomana; o resto da cavalaria polaca foi destruída pelo exército otomano. E o cardeal? Foi morto por tropas húngaras, onde na cabeça deles a guerra era culpa dele. Saldo do dia: Milhares de cruzados mortos e outros escravizados. Também vários turcos. Em seu retorno, o chefe do exército húngaro, João Corvino, líder dos cavaleiros brancos da Hungria, tentou desesperadamente salvar o corpo de Wladislau III, mas a única coisa que pode fazer foi organizar a retirada do que sobrou de seu exército. Ele sofreu milhares de casualidades e seu exército foi completamente aniquilado. Muitos prisioneiros europeus foram assassinados ou vendidos como escravos. E tudo por quê? Porque algum trouxa, que obviamente já deveria estar ardendo no inferno àquela altura, disse que Deus compra as batalhas da igreja na terra.

Outro situação foi a ousadia estúpida do papa Gregorio VII, que era o cardeal Hildebrando, em relação a monarquia germânica da Europa Central da alta idade média. A cena que se passa é no Castelo de Canossa, na região da Toscana, Itália Setentrional. Final do século XI. O papa Gregorio VII se recusa a receber o imperador Henrique IV, do Sacro Império. O imperador Henrique IV fez vários decretos mundanos para os bispos alemães. E o papa queria interromper isso. E o imperador estava disposto a morrer congelado para receber o perdão do sumo pontificie. Este recebe-o muito tempo depois. O imperador se ajoelha e beija o anel papal. Vitória, ao menos temporária, do papa. Porém, cerca de quatro anos depois, o imperador invade Roma e faz o papa morrer no exílio. Não há derrotas salutares, mas há vitórias infelizes. Poucas vitórias custariam caro à uma "igreja militante do mundo secular" como o conflito em Canossa. Pois fez surgir duas ideias falsas, a saber:

1°) Que Deus tomaria partido de sua Igreja em um conflito com o mundo secular.

2°) Que poder temporal, sendo cristão, deveria ser submisso ao poder eclesiastico.

A deposição do papa Bonifácio VIII, mais de 200 anos depois, seria a consequência dessa ilusão....

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