Há 700 anos atrás, no dia 9 de janeiro de 1317, era coroado na catedral de Reims, Filipe V da França, apelidado 'o longo'. Ele fora um grande rei. Pela força, e pela astúcia, pela justiça e pelo crime, apossara-se da coroa no leilão das ambições. Os eventos que vieram antes da posse demonstram como estavam tensas as disputas na época. Um conclave papal feito em prisão, sob a guarda do então Conde de Poitiers, depois rei Filipe V. Um castelo real tomado de assalto. Uma criança real assassinada no berço. Uma lei sucessória inventada. Uma revolta baronial desbarata em uma semana, e um grande senhor feudal é atirado no calabouço. Estas foram as rápidas etapas de sua corrida para o trono.
A França, que já tinha sido monarquia eletiva, como eram os principados do Leste Europeu, tinha seis pares do reino, para sustentar sua coroa. Eram pares, ou seja, iguais ao rei. Na prática a sucessão, que era eletiva, virou hereditária. Os pares do rei eram: O duque da Borgonha, o duque da Normandia, o duque de Guyenne, o conde de Compiegne, o conde de Flandres e o conde de Toulouse. Acontece que nenhum dos possuidores, hereditários ou titulares, desses seis pares, estavam presentes na coroação de Felipe V. Em outubro do mesmo ano o duque da Borgonha começa os ataques contra a França, seu próprio país. Começa a desintegração da França, que favoreceria a Inglaterra durante a Guerra dos Cem Anos(1337-1453). Lembrando que houve, na realidade, duas Guerras dos Cem Anos entre França e Inglaterra. A primeira, de 1152 a 1259, terminou com o Tratado de Paris. Mas a segunda teve como causas, não as questões territoriais de sempre, mas a coroa da França, e foi bem mais devastadora...
Coroação de Filipe V,em exposição em uma Biblioteca de Toulouse, na França.
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