Pesquisar este blog

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

O martírio de Felix Manz

Em 5 de janeiro de 2017 fez 490 anos da morte do primeiro mártir dos anabatistas. Aqueles que lutaram em batalhas contra os senhores feudais,durante a resistência contra sua marginalização na lei alemã. Iam armados com foices,ancinhos e instrumentos agrícolas, contra uma cavalaria armada. Fizeram isso até serem convencidos,por Felix Manz e Conrado Grebel, de que cristãos não deveriam portar armas. Usavam um estandarte com uma bandeira colorida de cinco cores em faixas, que muito tempo foi seu símbolo.

No século XVI não existiam esses países que hoje chamamos de Alemanha e Itália. Nem sombra disso. Esses países só formariam suas pátrias no século XIX. Ao invés disso,existiam ducados, condados, repúblicas e cidades livres. Era o reflexo da nova nobreza da baixa idade média. A própria musa inspiradora do rainha má da Branca de Neve era,na realidade,a condessa da Turíngia, e viveu no século IX.

O movimento anabatista surgiu daquelas esferas não contempladas por Lutero ou Zwinglio:Os Camponeses! Existiam humanistas em suas fileiras, como Felix Manz ou Thomas Muntzer. Porém a maior parte vinha da servidão dos campos. Tanto que Friedrich Engels escreveu sobre essa guerra dos camponeses,que Lutero também escreveu. Hoje, muito se confunde suas causas com o comunismo,mas não havia algo parecido na época. A perseguição aos seus membros devia-se a causas político-econômicas, principalmente militares, além das religiosas. No século XVI não havia aquilo que chamamos 'certidão de nascimento'. Isso só nasceria no século XVIII, com a Revolução Francesa. Portanto, só se tinha noção de quantas crianças nasciam devido aos registros de batismo. Como os anabatistas se recusavam ao batismo infantil, ficou difícil fazer o censo da população,e portanto,cobrar impostos. Os impostos eram cobrados por cabeça,e isso complicaria o cenário. E não era só isso. Os turcos ameaçavam a Europa pelo leste. E os anabatistas se recusaram a pegar em armas para lutar contra eles. E também não havia como os senhores feudais contar quantos homens teria para o combate,devido a confusão de censo feita no batismo em idade adulta. Quando os turcos tomaram tudo até as portas de Viena,obviamente católicos e protestantes colocaram a culpa nos anabatistas.

Zwinglio chamava os anabatistas de 'cães da selva'. Ele fez questão de dar um presente todo especial a Manz. Disse que daria a ele,e muitos dos seus, um terceiro batismo. E isso o fez afogando-os no rio Elba. Felix foi afogado no rio Limmat. Hoje há uma placa comemorativa em Zurique. O cronista, e teólogo alemão, Ekkehard Krajewski, escreve sua biografia, e sobre a sua teologia.

"O VERDADEIRO CRISTÃO NÃO USA A ESPADA DO MUNDO,NEM TAMPOUCO PARTICIPA NA GUERRA. O EVANGELHO,E OS QUE O ACEITAM, NÃO DEVEM SER PROTEGIDOS PELA ESPADA,NEM PROTEGER-SE A SI MESMOS." Conrado Grebel(1498-1526)

A lembrança do primeiro herói da Reforma Protestante. Felix Manz(1498-1527)

Nenhum comentário:

Postar um comentário