Durante a eleição presidencial de 2012, o candidato republicano Mitt Romney costumava gostar de brincar que o presidente Obama queria que a economia dos EUA parecesse "mais com a Europa". No contexto da moderna política americana, poucos insultos são mais pungentes. Ser europeu é ser de algum modo "afeminado", irresoluto e, talvez, pior de todos, socialista. É o oposto do "individualismo acidentado" e da "natureza excepcional" do experimento exclusivamente americano de se auto governar.
Mas, como deixou claro o sombrio artigo do New York Times da semana passada, os Estados Unidos poderiam ter muito a aprender olhando para a Europa. Segundo o New York Times, a classe média americana - o eixo do fenomenal crescimento econômico do país no pós-guerra - não pode mais se considerar a mais rica do mundo. "Enquanto os americanos mais ricos estão superando muitos de seus pares globais", diz o NYT, "em todos os níveis de renda baixa e média, os cidadãos de outros países avançados receberam aumentos consideravelmente maiores nas últimas três décadas". Os cidadãos mais pobres da América estão atrás de seus equivalentes europeus. E há 35 anos atrás era o oposto disso.
Este foi mais um alerta sobre a realidade do contínuo mal-estar econômico dos Estados Unidos. Pergunte aos americanos se o país está no caminho certo - 60% dizem não. Se estão satisfeitos com a maneira como as coisas estão indo na América - apenas 25% dizem que sim. E se ainda acham que são membros da classe média - apenas 44%. Quarenta por cento se identificam como de classe baixa, um salto de 15 pontos desde 2008. Entre os jovens, os números são ainda mais deprimentes. Aqueles que se colocam no nível mais baixo dobraram nos últimos seis anos.
Vale ainda a pena ser do estilo norte-americano, como imagina Donald Trump?
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